quinta-feira, 12 de abril de 2012

FILANTROPIA.

Hoje e porque me chegou a minha casa a «Agenda cultural da Câmara municipal»e na sua última página trazia um apelo a solidariedade e ao voluntarismo,para que colaboremos no apoio aqueles que mais precisem.
Como todos os dias assistimos a estes apelos e das mais diversas maneiras,fruto do grave problema que o País vive,cujas maiores vitimas são os trabalhadores e os Portugueses de menores recursos.
Por tudo isso assistimos e tomamos conhecimento,entre outras coisas,que por todo o lado crescem como cogumelos,as lojas,lavandarias Sociais e hortas comunitárias,promovidas por Autarquias,Empresas,Misericórdias e outras Associações e por essa razão que hoje trago ao meu blogue este assunto da Filantropia.
Diz o Dicionário de Língua Portuguesa da(Porto Editora da 6ª Edição) sobre Filantropia o seguinte(forma laica e racionalizada da caridade cristã) e mais adiante diz «sentimento de humanidade».
Tenho na minha posse um livro das( Edições Progresso da Colecção Académica) que nas páginas-204-205 o seguinte que passo a citar.
A filantropia possui,indubitavelmente,um certo valor positivo.ela reflecte duma forma peculiar o nível de humanização das relações sociais partindo da premissa de que todos os homens têm direito à felicidade humana.No entanto,a filantropia não visa alterar consideravelmente a situação oprimida e desafortunada dos trabalhadores.O seu objectivo consiste apenas em suavizar os sofrimentos mas inculca ao mesmo tempo,a ideia da sua inevitabilidade.A filantropia,como expressão de esmola sancionada pela sociedade e preconizada pela propaganda oficial,justifica na realidade a diferença nas possibilidades reais do desenvolvimento humano e mantém nas classes indigentes a consciência da sua insignificância.As iniciativas de benefíciência amplamente preconizadas pela propaganda burguesa( subsídios de desemprego,doações a escolas,universidades,casas de inválidos e de pessoas idosas,espectáculos em beneficio de pessoas mais indigentes) são uma espécie de camuflagem: em prol dos seus lucros a burguesia cria o exército permanente de desempregados e para ocultar a substância desumana deste facto estabelece subsídios de desemprego;ela pilha milhares de milhões mas devolve em forma de esmola alguns míseros tostões ás vitimas da sua pilhagem.Ao som do tambor da benefíciência os exploradores devolvem aos "explorados apenas a centésima parte daquilo que lhes devem de direito!" Fim de citação.
Pode haver e com certeza há bons sentimentos de todos os que se dedicam,à solidariedade ou voluntarismo,a criação de loja, hortas e a outra formas de solidariedade,mas no meu entender,por muito de meritório que tenham estas acções não resolve o problema o problema é outro e têm anos e séculos de existência,e têm também séculos de lutas de homens e mulheres e termino com um ensinamento Karl Marx.
Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes;a questão,porém é transformá-lo. 

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