quinta-feira, 14 de abril de 2016

Porque eu fiz anos? 

Porque fazer anos,é também,o momento de fazer o balanço da nossa vida vivida passada,e também pensar que vai ser o Futuro!

Eu ao fazer esta bonita idade,de 72 anos, a minha memória trás-me o que eu que criança fui,eu que joguei,ao Mocho, ao Berlinde e ao Salta la Una,que joguei à bola,calçado mas na maioria das vezes descalço,nos estádios, do Mártir Santo ,do Castelo e na Portas da Vila, que subi,árvores, escalei,muros e Muralhas que fui aos grilos e aos pássaros,que lancei Papagaios,que participei no rebusco da Azeitona,Eu que fugia há Escola,que não ia há catequese.
Este fui eu,enquanto criança, passava muito tempo junto e debaixo do Arco da Porta da Vila,ali paravam homens,poucos cultos mas todos eles sábios,que tinham estado em França na I Guerra Mundial,e paravam outros homens,que não estando nessa Guerra,conheciam,homens e mulheres, muitos deles, que tinham sido participantes,activistas e vitimas,da Guerra Civil em Espanha,a fome a Prostituição,o contrabando,a exploração,também a PIDE e o conhecido   Seixas,estiveram e foram,gente que no mau sentido e no pior, foram protagonistas,do pior que este concelho,conheceu,a PIDE e Seixas fizeram,no Largo do Terreiro,na casa que depois de Abril foi,Centro de Trabalho do PCP,Prisão e local de interrogatórios,.Como tornaram os Antigos Celeiros da EPAC,onde hoje existe o Centro Cultural,como Prisão dos Espanhóis,que vinham fugidos da Guerra,que depois eram repatriados,para Espanha, muitos deles presos,ou fuzilados na Praça de Touros em Badajoz, pelos homens de Franco.
Essas eram conversas que os mais velhos,nos diziam nas Portas da Vila.E que nós os mais novos,ainda crianças escutávamos com toda a atenção.(isso fez de alguns de nós o que hoje somos)
Depois vamos-nos lembrando,da escola e dos companheiros desse tempo,dos 1º dias de ir,para a oficina do Mestre Cócó, aprender o oficio de Serralheiro Mecânico,vem-nos à memória as mulheres de hoje e meninas daquele tempo,as namoradas que queria-mos,as que nós namoramos,e que outros namoraram, depois lembramos-nos da ida para a Tropa,dos quartéis por onde andámos,dos novos amigos e novas gentes que conhecemos,e depois conhecer viver, dos piores momentos das nossas vidas,como foi a Guerra Colonial,onde muitos perderam o que de mais belo e importante tinham, a vida,e outros nunca mais foram os mesmo.
Mas na verdade,também tivemos o prazer e a alegria de viver coisas belas e maravilhosas,e para os que vivos ainda hoje estamos.Nós tivemos, e participamos, assistimos ao que de mais belo se deu no nosso Portugal que foi o 25 de Abril e a Revolução dos Cravos que no próximo dia 25 faz 42 ANOS.

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